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Vender apartamento em Lisboa

Guia Completo para Vender Apartamento: O Processo Simplificado

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Rui Esteves

Se está a pensar vender o seu apartamento, sei bem que o processo pode parecer uma verdadeira maratona.

O mercado imobiliário está sempre a mudar, as dúvidas acumulam-se e a responsabilidade de tomar as decisões certas pode ser esmagadora.

Eu entendo perfeitamente – ao longo dos meus 17 anos como mediador imobiliário, acompanhei dezenas de vendedores nestas mesmas etapas. Mas respire fundo!

A boa notícia é que, com a informação certa e uma boa preparação, tudo se torna bastante mais simples e tranquilo.

Criei este guia a pensar em si.

Desde organizar a documentação até aos detalhes dos impostos, passando pela valorização do seu imóvel, quero que se sinta confiante e bem informado em cada passo.

Vamos a isto? Juntos, vamos fazer da venda do seu apartamento um sucesso, sem dores de cabeça desnecessárias.

Quais os Documentos Essenciais para Vender o Apartamento?

Antes mesmo de sonhar com a placa “Vende-se”, há um passo fundamental: reunir toda a documentação necessária.

Sei que pode parecer a parte mais chata, a mais burocrática, mas acredite: ter tudo em ordem desde o início evita atrasos inesperados, constrói confiança com os compradores e poupa-lhe muitas chatices futuras.

Ninguém gosta de surpresas desagradáveis, muito menos quando se trata de documentação.

A Lista de Documentos Chave (O Seu Checklist Essencial)

Organize esta documentação com antecedência. Demonstra seriedade e acelera todo o processo.

  • Certidão Permanente de Registo Predial (ou Certidão de Teor): É o “Cartão de Cidadão” oficial do seu apartamento. Confirma que é o legítimo proprietário e mostra se há ónus ou encargos (como hipotecas ou penhoras).

    Para o comprador, é a garantia de um negócio seguro. Pode pedir online no portal Predial Online ou numa Conservatória do Registo Predial.

  • Caderneta Predial Urbana: Obtida nas Finanças (Portal das Finanças ou balcão). Detalha as características fiscais: área, localização, Valor Patrimonial Tributário (VPT).

    É essencial para o cálculo de impostos (como o IMT do comprador). Verifique se está atualizada.

  • Certificado Energético: Obrigatório por lei para anunciar a venda. Indica a eficiência energética (A+ a F), sendo emitido por peritos qualificados pela ADENE. Um bom certificado é um argumento de venda valioso, pois significa menores custos de energia futuros.

  • Licença de Utilização (ou de Habitação): Comprova que o imóvel cumpre as normas legais e pode ser usado para habitação. Sem esta licença, a escritura não avança.

    Verifique se corresponde ao uso atual. Obtém-se na Câmara Municipal respetiva.

  • Declaração de Não Dívida ao Condomínio: Se vive num prédio com condomínio, esta declaração (emitida pela administração do condomínio) prova que não há quotas em atraso e quais os custos associados ao condomínio.

    O comprador quer ter a certeza de que não vai herdar dívidas. Peça-a com alguma antecedência.

  • (Se Aplicável) Comprovativo de Exercício do Direito de Preferência: Em certas situações (imóvel arrendado, classificado, etc.), pode ser preciso dar prioridade de compra a certas entidades (inquilinos, Câmara, DGPC). Este documento prova que foram notificados e não exerceram a preferência.

  • Ficha Técnica da Habitação (FTH): Obrigatória para imóveis construídos ou alvo de obras significativas após março de 2004. Descreve as características técnicas. Pode ser consultada junto do construtor ou na Câmara Municipal.

  • Documentos de Identificação dos Vendedores: Cópias legíveis e atualizadas do Cartão de Cidadão (ou BI e NIF). Atenção: dependendo do estado civil (casado, divorciado, viúvo), podem ser precisas certidões adicionais (casamento, óbito, etc.), obtidas no Registo Civil.

Precisa de ajuda a reunir algum destes documentos? Na Prime Imobiliária, temos experiência a lidar com estas burocracias e podemos orientá-lo.

Como Definir o Preço Certo para vender o Apartamento?

Acertar no preço é, talvez, um dos maiores desafios – e um dos pontos onde vejo mais vendedores a cometer erros.

Um preço demasiado alto pode afastar logo os compradores interessados e deixar o apartamento meses a “queimar” no mercado.

Um preço demasiado baixo, e está literalmente a deixar dinheiro em cima da mesa. Como encontrar o ponto de equilíbrio? Há duas abordagens principais que costumo recomendar.

1. Contratar um Avaliador Imobiliário Profissional

Esta é, frequentemente, a opção mais segura e rigorosa.

Um perito avaliador certificado (registado na CMVM) não olha só para as áreas; considera dezenas de fatores: a localização exata (rua, andar, vistas), o estado de conservação real, a qualidade dos materiais, as tendências do mercado local naquele preciso momento e até o potencial de valorização.

Sim, tem um custo associado, mas encare-o como um investimento inteligente.

Uma avaliação profissional dá-lhe uma base sólida e credível para negociar e pode evitar que perca milhares de euros por um preço desajustado ou por ter o imóvel parado.

É particularmente importante no caso de imóveis de gama alta ou de imóveis de vários proprietários, como numa herança.

2. Fazer uma Análise Comparativa de Mercado (ACM)

Esta abordagem, que nós mediadores fazemos constantemente, envolve pesquisar imóveis semelhantes ao seu (tipologia, área, localização, estado) que estejam à venda ou que foram vendidos recentemente na mesma zona.

Hoje, os portais imobiliários ajudam, mas é preciso ter espírito crítico. Os preços anunciados online nem sempre são os de fecho, e as fotos podem esconder muita coisa.

Use esta análise como um guia, mas lembre-se que nada substitui o conhecimento de quem está no terreno todos os dias.

A minha experiência diz-me que combinar dados online com o conhecimento local de um bom mediador costuma dar os resultados mais realistas.

Se está em Oeiras, Cascais ou Lisboa, fale connosco. Podemos fornecer uma Análise Comparativa de Mercado gratuita e fundamentada para o seu apartamento.

Como Preparar o Apartamento para Conquistar Compradores?

Home staging 1

Com o preço mais ou menos definido, o foco muda: apresentar o seu apartamento da melhor forma possível. Lembre-se sempre disto: a primeira impressão conta (e muito!).

O estado em que o imóvel se apresenta influencia diretamente a perceção de valor e a vontade do comprador em fazer uma proposta.

Vamos ver como pode maximizar o potencial do seu apartamento.

Pequenas Reparações, Grande Impacto

Antes de agendar a primeira visita, seja o seu próprio inspetor.

Aquela torneira a pingar, a porta do armário desalinhada, uma mancha de humidade teimosa… são pequenos detalhes que podem dar uma ideia de desleixo ou, pior, de problemas escondidos.

Investir em pequenas reparações e numa pintura fresca (use cores neutras, como branco, bege claro ou cinza muito suave – agradam a quase toda a gente) faz uma diferença brutal. Acredite, compensa.

Trocar puxadores antigos ou modernizar candeeiros são outras melhorias de baixo custo com retorno visível.

Home Staging: A Arte de Criar o Ambiente Certo

O “home staging” não é só decorar, é mais inteligente que isso. É preparar o espaço para que os visitantes se imaginem a viver ali. O que implica?

  • Despersonalizar: Guarde as fotos de família, os ímanes no frigorífico, as coleções muito pessoais. O comprador tem de se projetar ali, não sentir que está a invadir o seu espaço.
  • Organizar e Otimizar: Arrume a mobília para criar uma sensação de amplitude e fluidez. Menos é mais! Se tem móveis muito grandes ou antigos, talvez valha a pena guardar alguns temporariamente.
  • Criar Aconchego (Neutro): Adicione elementos decorativos simples e acolhedores: almofadas lisas, uma manta no sofá, algumas plantas (bem tratadas!), toalhas novas na casa de banho. O objetivo é um ambiente neutro, luminoso e convidativo.

Fotografia e Vídeo Profissional: O Seu Melhor Anúncio

Hoje, a grande maioria das pesquisas começa online.

Fotografias amadoras, escuras, tremidas ou que mostram a casa desarrumada são um tiro no pé. Podem anular todo o esforço de preparação.

Contratar um fotógrafo especializado em imobiliário não é uma despesa, é um investimento que compensa mesmo.

Boas fotos destacam os pontos fortes, mostram os espaços de forma realista e atraente, e geram muito mais cliques e pedidos de visita.


E porque não ir mais além? Um vídeo promocional bem feito ou uma visita virtual 3D permitem aos potenciais compradores explorar o apartamento à distância. Isto ajuda a filtrar os verdadeiramente interessados e poupa tempo a todos – a si e a eles.

Contratar um Mediador Imobiliário: Vale a Pena?

Assinatura cpcv - Prime Imobiliaria 23

É perfeitamente possível vender um apartamento sozinho, não vou dizer o contrário. Mas será a melhor opção para si?

Contratar um mediador imobiliário experiente é, na maioria dos casos, uma decisão estratégica que pode simplificar (e muito!) todo o processo, poupar-lhe tempo e, o que é crucial, garantir que faz o melhor negócio possível.

Deixe-me explicar porquê.

As Vantagens de Ter um Profissional ao Seu Lado

  • Conhecimento do Mercado Local: Um bom mediador não conhece apenas os preços; conhece a fundo a sua zona.

    Sabe o que os compradores procuram naquele bairro específico, quais as ruas mais valorizadas, como posicionar o seu imóvel para se destacar da concorrência. Este conhecimento local é ouro numa negociação.

  • Acesso a Compradores Qualificados: As agências têm bases de dados de clientes à procura e uma rede de contactos (incluindo partilha com outros mediadores) que aumenta exponencialmente a visibilidade do seu apartamento.

    Chegam a compradores que você, sozinho, dificilmente alcançaria, incluindo clientes internacionais.

  • Gestão Profissional do Processo: Desde criar anúncios apelativos e promover o imóvel nos canais certos, a gerir as visitas (e filtrar os curiosos, que são muitos!), a negociar propostas de forma eficaz e a acompanhar toda a parte burocrática… o mediador trata de tudo.

    Isto liberta o seu tempo e evita o stress associado.

  • Segurança Jurídica e Processual: O mediador experiente garante que toda a documentação está correta, que os prazos são cumpridos e que o negócio decorre dentro da legalidade, protegendo os seus interesses.

    Evita erros que podem custar muito caro ou até invalidar o negócio.

Como Escolher o Mediador Certo?

Esta é uma decisão importante. Não escolha o primeiro que lhe aparece.

  • Experiência Comprovada: Procure um mediador ou agência com histórico de vendas na sua área e, idealmente, com imóveis semelhantes ao seu. Peça exemplos.
  • Conhecimento Local (Real): Confirme que conhece bem o bairro, as escolas, os transportes, os pontos fortes e fracos. Faça perguntas!
  • Reputação: Pesquise online (reviews, testemunhos), peça referências. A confiança é fundamental.
  • Plano de Marketing Detalhado: Pergunte concretamente qual a estratégia para promover o seu apartamento. Onde vai ser anunciado? Inclui fotografia profissional? Vídeo? Visita Virtual? Promoção internacional? Redes sociais?
  • Transparência Total: Escolha alguém que comunique de forma clara e honesta desde o início, explicando os custos (comissão) e todo o processo. Desconfie de promessas irrealistas.

Aqui na Prime Imobiliária, temos um orgulho enorme na nossa abordagem personalizada e no profundo conhecimento dos mercados de Oeiras, Cascais e Lisboa. Se o seu imóvel está nestes concelhos, envie-me um email e fale comigo ainda hoje.

Como Gerir e Preparar as Visitas ao Apartamento?

Visita a apartamento em Oeiras 2

O seu apartamento está impecável, o preço definido, a promoção a gerar contactos… Excelente! Agora, é hora de receber os potenciais compradores.

As visitas são um momento decisivo.

É aqui que o interesse online se pode (ou não) transformar numa proposta real. Organizar bem esta fase é essencial.

Agendamento e Logística das Visitas

  • Flexibilidade q.b.: Tente ser flexível com horários, dentro do razoável. Agende as visitas preferencialmente durante o dia, para aproveitar ao máximo a luz natural – faz toda a diferença.
  • Visitas Individuais (Idealmente): Evite marcar várias visitas ao mesmo tempo. Cada potencial comprador deve sentir que tem tempo e privacidade para ver tudo com calma, fazer perguntas e “sentir” a casa.
  • Segurança: Antes de cada visita, guarde objetos de valor e documentos pessoais. Se for o mediador a acompanhar (o que é recomendado), ele encarregar-se-á de identificar previamente os visitantes.

Criar o Ambiente Perfeito para a Visita

O que faz a diferença entre uma visita “ok” e uma visita “uau”?

  • Limpeza Impecável: Isto não é negociável. O apartamento tem de estar absolutamente limpo e arrumado. Chão aspirado/lavado, pó limpo, casas de banho a brilhar, cozinha organizada, camas feitas.

    A desarrumação dá uma péssima imagem e faz os espaços parecerem mais pequenos.

  • Luz e Ar Fresco: Abra as janelas para ventilar bem antes da visita (mesmo no inverno, por uns minutos). Deixe a luz natural entrar (persianas/estores abertos).

    Se for um dia escuro ou ao fim da tarde, acenda as luzes – use candeeiros de apoio para criar um ambiente mais acolhedor.

  • Temperatura Agradável: Nem um forno, nem um gelo. Ajuste o aquecimento ou ar condicionado para uma temperatura confortável.

  • Cheiro Neutro ou Suave: Evite cozinhar coisas com cheiros fortes antes das visitas (fritos, peixe).

    Não fume dentro de casa. Um ambientador muito, muito suave pode ser usado, mas a neutralidade é geralmente a aposta mais segura. O cheiro a limpo é o melhor!

O Que Mostrar

  • Durante a visita (ou peça ao seu mediador para o fazer), aponte os pontos fortes de forma natural: “A vista daqui é desafogada”, “Esta cozinha foi remodelada há pouco tempo com bons materiais”, “Os quartos recebem sol toda a tarde”, “Temos bastante arrumação nestes roupeiros”.
  • Esteja preparado para responder a perguntas sobre o valor do condomínio, a vizinhança, os custos anuais (IMI), o porquê da venda (seja honesto mas positivo).
  • Dê espaço! Deixe os visitantes explorarem ao seu ritmo. Não os siga para todo o lado nem fale sem parar. Deixe-os conversar entre si. A sua presença (ou a do mediador) deve ser discreta mas disponível.

A Importância do Feedback Pós-Visita

É muito importante tentar perceber (ou pedir ao mediador para o fazer sistematicamente) quais foram as impressões dos visitantes.

O que gostaram mais? O que não agradou? O preço pareceu-lhes ajustado? Este feedback honesto é valiosíssimo.

Pode ajudá-lo a ajustar a estratégia, a fazer pequenas alterações no apartamento, ou a perceber melhor o perfil de comprador interessado.

Recebeu uma Proposta? Como Negociar para um Bom Acordo

Rui Esteves - Prime Imobiliaria 23

Receber a primeira proposta de compra é sempre um momento de entusiasmo! Mas atenção: raramente a primeira oferta é a última e definitiva.

A negociação faz parte integrante do processo de venda imobiliária.

Saber como avaliar as propostas que recebe e como negociar de forma eficaz é fundamental para conseguir o melhor negócio possível, sem fechar portas e mantendo uma relação cordial com o comprador.

Analisar a Proposta Recebida (Para Além do Preço!)

Não se fixe apenas no valor! Uma proposta é um pacote. Avalie todos estes pontos:

  • Valor Oferecido: Está dentro do que esperava? É um valor realista face ao mercado atual e ao estado do seu apartamento? Está muito abaixo?

  • Condições de Pagamento: O comprador precisa de financiamento bancário? Já tem uma pré-aprovação do banco ou ainda vai tratar disso?

    Um comprador com financiamento garantido ou que paga a pronto oferece, naturalmente, mais segurança e rapidez ao processo.

  • Prazos Propostos: Os prazos indicados para o Contrato de Promessa de Compra e Venda (CPCV) e para a escritura final são exequíveis para si? Tem flexibilidade?

  • Condições Adicionais (Cláusulas): A proposta está sujeita a alguma condição? As mais comuns são a aprovação do crédito bancário ou a realização de uma vistoria técnica ao imóvel.

    Há algum pedido específico (ex: deixar alguma mobília ou eletrodoméstico)? Analise bem estas condições.

Estratégias para uma Negociação Eficaz

  • Defina o Seu Limite Mínimo: Antes de sequer responder à primeira proposta, saiba qual é o valor mínimo que está mesmo disposto a aceitar. Isto dá-lhe uma âncora.
  • Mantenha a Calma e a Racionalidade: É normal receber propostas mais baixas. Não leve a mal nem responda “a quente”.

    Analise friamente e responda de forma profissional e ponderada. O objetivo é chegar a um acordo, não “ganhar” a discussão.

  • Faça uma Contraproposta Realista: Se a oferta inicial não for satisfatória, faça uma contraproposta fundamentada. Não peça o valor inicial se a oferta foi razoável; mostre que está disposto a negociar, mas defenda o valor do seu imóvel.

  • Seja Flexível (Quando Possível): Por vezes, uma pequena cedência no preço pode ser compensada por prazos mais curtos, um sinal maior, ou pela remoção de condições que poderiam atrasar ou complicar o negócio. Pondere o pacote completo.

  • Não Tenha Pressa (Mas Também Não Demore Demais): Não se sinta pressionado a aceitar a primeira oferta se ela não for realmente boa.

    Mas também não arraste a negociação por tempo indefinido, pois pode perder o interesse do comprador para outro imóvel.

    Um bom mediador é um excelente aliado nesta fase, pois gere a comunicação e a negociação de forma profissional e isenta, filtrando a emoção.

Fechar o Acordo: Formalizar por Escrito

Assim que chegarem a um acordo verbal sobre todos os pontos (preço, prazos, condições), é absolutamente fundamental formalizar essa aceitação por escrito.

Pode ser através da assinatura da proposta final ou de um pequeno documento que resuma os termos acordados, antes de avançar para a elaboração do CPCV.

Preto no branco evita mal-entendidos.

O Contrato de Promessa de Compra e Venda (CPCV): O Que Precisa de Saber?

CPCV

O Contrato de Promessa de Compra e Venda, mais conhecido por CPCV, é um passo de gigante na venda do seu apartamento.

É o documento que formaliza o acordo entre si (vendedor) e o comprador antes da escritura final, e estabelece os direitos e deveres de cada um de forma clara.

Assinar um CPCV bem redigido é uma segurança essencial para ambas as partes.

Porque é o CPCV Tão Importante?

  • Garante Segurança Jurídica: O CPCV vincula legalmente as partes ao negócio acordado. Se o comprador desistir sem uma justificação válida prevista no contrato (ex: chumbo do crédito), normalmente perde o sinal que pagou.

    Se for o vendedor a desistir injustificadamente, geralmente tem de devolver o sinal em dobro. Funciona como uma proteção forte contra mudanças de ideias de última hora.

  • Define Claramente Todos os Termos: Todos os detalhes acordados na negociação ficam aqui registados e assinados: preço final, forma de pagamento, montante do sinal, prazo limite para a escritura, identificação completa do imóvel, e quaisquer outras condições específicas.

    Isto evita ambiguidades e discussões futuras.

  • Dá Tempo para Tratar de Formalidades: O período entre o CPCV e a escritura permite ao comprador finalizar o processo de financiamento bancário (se aplicável) e a ambas as partes reunir toda a documentação final necessária (distrates, certidões atualizadas, etc.).

Elementos Essenciais de um Bom CPCV

Um CPCV deve ser claro, completo e sem margem para dúvidas. Verifique se inclui, no mínimo:

  • Identificação Completa das Partes: Nomes completos, estados civis, moradas e números de identificação fiscal (NIF) do(s) vendedor(es) e do(s) comprador(es).
  • Identificação Detalhada do Imóvel: Morada completa, descrição conforme o registo (tipologia, áreas), número da descrição predial e artigo matricial (das Finanças).

    Deve mencionar explicitamente que o imóvel será vendido livre de quaisquer ónus, encargos ou hipotecas (a menos que haja um acordo diferente e claro, como uma hipoteca que será liquidada no ato da escritura).
  • Preço Total da Venda e Sinal: Indicação clara do valor total acordado e do montante pago como sinal e princípio de pagamento (normalmente entre 10% a 20% do preço).
  • Prazo para a Escritura: Data limite (ou prazo máximo em dias/meses) para a realização da escritura pública de compra e venda.
  • Penalizações por Incumprimento: Definição clara das consequências para ambas as partes caso não cumpram o contrato nos termos e prazos definidos (a regra geral é a perda do sinal ou a sua devolução em dobro).
  • Licença de Utilização: Referência à existência e número da Licença de Utilização (ou do documento que prove a sua isenção ou dispensa, se aplicável).

Recomendação de Ouro: Dada a importância e as implicações legais do CPCV, é altamente aconselhável que seja redigido ou, no mínimo, revisto por um advogado ou solicitador, especialmente se o negócio tiver condições mais complexas.

Não facilite neste passo.

Como Vender Apartamento com Hipoteca

Muitos apartamentos à venda ainda têm um empréstimo bancário associado (hipoteca). Isto é perfeitamente normal e não impede de forma alguma a venda.

No entanto, exige alguns passos específicos para garantir que o imóvel chega às mãos do comprador totalmente livre dessa dívida. É mais simples do que parece.

1. Confirmar a Existência da Hipoteca (e Outros Encargos)

O primeiro passo é ter a certeza absoluta do que está registado.

A Certidão Permanente de Registo Predial é o documento oficial que mostra tudo: se existe uma hipoteca ativa, a favor de que banco, e também se existem outras penhoras ou ónus sobre o imóvel (dívidas fiscais, judiciais, etc.).

Peça uma certidão atualizada (pode ser online no Predial Online). É absolutamente crucial ter esta informação clara e recente.

2. Pedir o Distrate da Hipoteca ao Banco

O “distrate” é o documento que o seu banco emite para comprovar que o empréstimo foi totalmente pago e que a hipoteca que tinham sobre o seu imóvel foi cancelada. Para o obter:

  • Informe o seu banco da sua intenção de vender o imóvel assim que tiver um acordo (idealmente na altura do CPCV). Pergunte qual o procedimento interno deles e os prazos.
  • O banco vai calcular o montante exato em dívida (capital, juros, eventuais comissões) para a data prevista da escritura.
  • Solicite ao banco que prepare o documento de distrate ou que envie um representante ao ato da escritura com esse documento.

3. Garantir a Liquidação no Dia da Escritura

O processo habitual é simple e seguro:

  • No dia da escritura, o banco do comprador (se ele recorrer a crédito) ou o próprio comprador emite um cheque bancário visado diretamente a favor do seu banco, no valor exato da dívida que o seu banco calculou.
  • Com a confirmação deste pagamento (feita ali mesmo, no ato da escritura), o seu banco entrega o documento de distrate ao notário/conservador/advogado.
  • Este documento é essencial para que o registo da hipoteca seja cancelado na Conservatória, garantindo que o novo proprietário recebe o imóvel livre desse encargo.

    O mesmo se aplica a outras penhoras ou ónus que existam – têm de ser liquidados e os respetivos documentos de cancelamento apresentados na escritura.

    Não se vende um imóvel sem resolver estes encargos!

A Escritura de Compra e Venda: O Passo Final da Transação

escritura 2

Chegámos ao momento que todos esperam: a escritura pública de compra e venda.

É o ato formal e solene, realizado perante uma entidade competente (notário, conservador, advogado), que transfere legalmente a propriedade do apartamento de si, vendedor, para o comprador.

É a conclusão oficial de todo o processo.

O Que Acontece na Escritura?

Neste ato, que pode demorar uma ou duas horas:

  • A entidade competente (notário, etc.) verifica a identidade de todos os intervenientes (vendedores, compradores, eventuais representantes legais ou do banco).
  • Confirma que toda a documentação necessária está presente e em ordem (Certidões atualizadas, Licença de Utilização, Certificado Energético, Distrate(s) da(s) hipoteca(s) e outros encargos, comprovativos de pagamento de impostos pelo comprador, etc.).
  • Lê o teor da escritura, que formaliza a venda nos termos exatos que foram acordados no CPCV (identificação das partes, do imóvel, preço, condições).
  • Confirma que o pagamento do restante valor em falta é efetuado (normalmente através de cheques bancários visados ou transferência bancária prévia confirmada).
  • Recolhe as assinaturas do vendedor, do comprador e dos respetivos cônjuges (se aplicável e dependendo do regime de bens).
  • Promove de imediato (ou nos dias seguintes) o registo da aquisição em nome do comprador na Conservatória e eventuais outros registos (como a nova hipoteca do comprador, se houver).

Quem Paga os Custos Associados?

Salvo acordo expresso em contrário no CPCV (o que é raro), a regra geral é que os principais custos da escritura são suportados pelo comprador:

  • IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis): É o imposto mais pesado, calculado sobre o valor da transação ou o VPT (o que for maior). As taxas variam.
  • Imposto do Selo: Incide 0,8% sobre o valor da transação e também sobre o valor do crédito habitação (se o comprador o tiver).
  • Custos do Notário/Conservatória/Advogado: Os honorários do serviço onde a escritura é realizada.

O vendedor, por sua vez, terá normalmente a seu cargo:

  • Eventuais custos cobrados pelo seu banco para emitir o distrate da hipoteca.
  • A comissão da agência imobiliária, se tiver contratado uma (o pagamento é geralmente feito neste momento, deduzido do valor que recebe).

Onde se Pode Realizar a Escritura?

A escolha do local é geralmente feita pelo comprador (pois é quem paga a maior parte dos custos), mas deve ser acordada entre as partes com antecedência.

As opções são:

  • Num Cartório Notarial.
  • Numa Conservatória do Registo Predial (através do serviço Casa Pronta, que pode ser mais ágil e por vezes mais económico).
  • Por Advogado ou Solicitador (através de Documento Particular Autenticado – DPA).


Impostos na Venda do Apartamento: O Que Esperar (Mais-Valias!)

IMpostos 1

Vender um apartamento implica, inevitavelmente, pensar nas obrigações fiscais.

É fundamental estar a par dos impostos envolvidos, especialmente das potenciais mais-valias resultantes da venda e das formas que a lei prevê para reduzir ou até eliminar esse imposto.

IMT e Imposto do Selo: Responsabilidade do Comprador

Como já vimos, o IMT e o Imposto do Selo são, por norma, pagos pelo comprador antes ou no momento da escritura.

A sua preocupação principal enquanto vendedor recai sobre as mais-valias.

Mais-Valias: Como se Calculam e Tributam?

A mais-valia é, de forma simples, o lucro que obtém com a venda do seu apartamento. O cálculo base é:

Mais-Valia = Valor de Venda – (Valor de Aquisição * Coeficiente de desvalorização monetária) – Encargos Dedutíveis

  • Valor de Aquisição: O preço pelo qual comprou o imóvel. É atualizado por um coeficiente publicado anualmente pelo governo para ter em conta a inflação.
  • Encargos Dedutíveis: Pode abater algumas despesas, desde que devidamente comprovadas com faturas em seu nome:
    • Custos com a aquisição (IMT e Imposto Selo que pagou na altura) e com a venda (comissão imobiliária paga agora, custos com certificado energético).
    • Despesas com obras de valorização (não de manutenção) realizadas nos últimos 12 anos antes da venda (ex: colocar janelas novas, cozinha nova, etc.).

Metade (50%) do valor desta mais-valia apurada é obrigatoriamente englobada nos seus restantes rendimentos (salários, pensões, etc.) no IRS do ano seguinte à venda.

Será depois tributada à taxa progressiva de IRS que lhe for aplicável nesse ano.

Isenção de Mais-Valias: A Regra do Reinvestimento em HPP

Existe uma importante exceção que permite não pagar imposto sobre as mais-valias. Fica totalmente isento se, cumulativamente, cumprir estas condições:

  • O apartamento vendido era a sua Habitação Própria e Permanente (HPP) (ou seja, a sua morada fiscal nos últimos anos).
  • Reinvestir o valor de realização (que é o valor da venda menos o valor do empréstimo que ainda tinha por pagar relativo à compra desse imóvel vendido) na compra de uma nova HPP em Portugal ou na UE/EEE.

    Também é válido para aquisição de terreno e construção de HPP, ou na construção/ampliação de HPP noutro imóvel que já possua.
  • Este reinvestimento tem de ser feito:
    • Nos 24 meses anteriores à data da venda (se comprou casa nova antes de vender a antiga).
    • Ou nos 36 meses posteriores à data da venda (se vai comprar casa nova depois de ter vendido).

Atenção: Se reinvestir apenas parte do valor, a isenção será apenas proporcional.

Outras Situações (Maiores de 65, Crédito Habitação)

  • Maiores de 65 anos ou Reformados: Podem beneficiar de isenção de mais-valias na venda de HPP mesmo que não comprem outra casa, desde que reinvistam o valor de realização (nos 6 meses seguintes à venda) num contrato de seguro financeiro (tipo PPR), num fundo de pensões aberto, ou numa contribuição para o regime público de capitalização.

    Existem limites e regras específicas.
  • Amortização do Crédito: O valor do empréstimo do imóvel vendido que é pago com o dinheiro da venda é deduzido ao “valor de realização” que precisa reinvestir para ter isenção total.

Obrigação de Declarar no IRS

Muito importante: Mesmo que beneficie de isenção total de mais-valias, é sempre obrigatório declarar a venda do imóvel na sua declaração de IRS do ano seguinte à escritura.

Deverá preencher o Anexo G (mais-valias não isentas ou parcialmente isentas) ou o Anexo G1 (mais-valias isentas).

Guarde toda a documentação (escrituras de compra e venda, comprovativos de despesas, comprovativo de reinvestimento) por vários anos, pois a Autoridade Tributária pode vir a pedi-la.

A fiscalidade imobiliária pode ser complexa. Se tiver dúvidas sobre as mais-valias, consulte um contabilista ou peça aconselhamento.

E Depois da Venda? Pequenos Passos para Fechar o Processo

entrega de chaves

Assinou a escritura, entregou as chaves, recebeu o dinheiro… Parabéns, missão cumprida! Vendeu o seu apartamento.

Mas, para fechar mesmo este capítulo de forma limpa e evitar chatices futuras, ainda há alguns pequenos passos importantes a dar.

Checklist Pós-Venda:

  • Confirmar Atualização de Registos: Embora o registo em nome do novo proprietário seja tratado na escritura, não custa, passado algum tempo (umas semanas), confirmar no Portal das Finanças e, se possível, pedir uma certidão online simples, para ter a certeza que o imóvel já não consta em seu nome.
  • Comunicações Essenciais (Não se Esqueça!): É fundamental que comunique a venda às seguintes entidades:
    • À administração do condomínio (se aplicável), enviando cópia da escritura ou informação do novo proprietário, para deixarem de lhe enviar avisos de pagamento e convocatórias.
    • Às empresas fornecedoras de serviços (água, eletricidade, gás, telecomunicações). Peça a cessação dos contratos em seu nome na data da escritura ou um dia depois. Não peça apenas a alteração de titularidade, pois o novo proprietário pode demorar a fazê-la.

      Cancele os seus contratos para evitar continuar a receber faturas por consumos que já não são seus.
  • Entrega de Documentos ao Novo Dono: É um gesto de boa vontade (e útil) entregar ao novo proprietário quaisquer manuais de equipamentos que fiquem no imóvel (esquentador, ar condicionado, etc.), garantias ainda válidas, ou contactos úteis do condomínio ou de serviços.
  • Guardar Tudo: Arquive cuidadosamente uma cópia completa da escritura de venda, os comprovativos de pagamento de mais-valias (se aplicável), e todos os documentos relacionados com a transação (CPCV, faturas de despesas consideradas, etc.).

    Podem ser necessários para o IRS ou outras eventualidades durante vários anos.

Conclusão: Vender o Seu Apartamento com Confiança

Vender um apartamento em Portugal, como vimos ao longo deste guia, envolve de facto várias etapas importantes.

Desde a recolha atenta da papelada inicial, a definição estratégica do preço, a preparação cuidada do imóvel para causar boa impressão, a gestão das visitas, a fase (por vezes tensa) da negociação, até aos aspetos legais e fiscais finais, há muito em que pensar.

No entanto, a mensagem principal que quero deixar é esta: com organização, informação de qualidade e muitas vezes, o apoio certo, o processo torna-se não só perfeitamente exequível, como pode até ser uma experiência positiva e tranquila.

O meu objetivo aqui na Prime Imobiliária é precisamente esse: ser o seu parceiro de confiança para navegar estas águas com a maior segurança e tranquilidade possíveis.

Espero sinceramente que este guia detalhado lhe tenha sido útil e que se sinta agora mais preparado e esclarecido para avançar com a venda do seu apartamento.

Cada imóvel é único e cada situação de venda tem as suas particularidades.

Se ficou com dúvidas, se gostaria de discutir o seu caso específico, ou se simplesmente procura um parceiro dedicado e conhecedor do mercado para o ajudar a vender o seu imóvel nos concelhos de Oeiras, Cascais ou Lisboa ao melhor preço e nas melhores condições, estou à sua inteira disposição.

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Muito obrigado pelo seu tempo e votos de sucesso para a sua venda!

Rui Esteves

Sou o Rui Esteves.Dediquei os últimos 17 anos ao dinâmico mercado imobiliário, uma área que me apaixona genuinamente.Como broker da Prime Imobiliária, foco a minha atuação em ajudar diretamente proprietários nos concelhos de Oeiras, Cascais e Lisboa.Ao longo destes anos, acompanhei dezenas de processos de venda e percebi que, para além dos números e das estratégias, o mais importante é a confiança e a clareza.Sei que vender um imóvel é um passo significativo na vida de qualquer pessoa, muitas vezes carregado de emoções e dúvidas.Por isso, decidi aliar a minha experiência no terreno aos meus conhecimentos em marketing de conteúdo e SEO para criar este blog.O meu objetivo é simples: partilhar consigo, vendedor, informação prática, realista e atualizada, de forma descomplicada e humana, para que se sinta seguro e bem informado em cada etapa da jornada de venda.Aqui encontrará a perspetiva de quem conhece bem o mercado local e está genuinamente empenhado em ajudá-lo a alcançar os seus objetivos, com o profissionalismo de quem tem anos de experiência, mas com a proximidade e empatia de quem entende os seus desafios.Conte comigo e com a Prime Imobiliária para navegar este processo com mais tranquilidade e sucesso.

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